domingo, 21 de outubro de 2012

MINICONTO - O Telepata Experiente no Reino do Impensável - Jorge Candeias


O Telepata 243 percorreu o trajecto que o separava da Sala dos Telepatas num deslizar rápido. Estava contente. Bem alimentado. Rescendia em odores de felicidade.
O Telepata 243 era um telepata de carreira longa e bem sucedida. Tinha 4 filhotes de outras tantas telepatas que haviam compartilhado consigo a telepatia. O filhote mais velho era já telepata, também. O Telepata 243 havia dado à civilização o conhecimento detalhado de centenas de individualidades de quatro mundos diferentes. Quatro mundos, nem mais nem menos! O Telepata 243 era muito considerado entre o seu povo.
Porque o povo do Telepata 243 tinha um gosto especial em distracções telepáticas. E tinha em alta conta aqueles que lhe forneciam essas distracções.
O Telepata 243 entrou na Sala dos Telepatas num deslizar confiante. Estava contente. Bem alimentado. Preparado para mais uma sessão telepática de absorção de conhecimento.
O Telepata 243 ligou o aparelho. Luzes piscaram fugazmente no espaço à sua frente. O Telepata 243 ditou com a mente algo que poderia traduzir-se por uma data e um número. E ainda "Telepata 243 em preparação para o contacto AT-286-NT. Sujeito: Terra." Ou o equivalente a isto na língua do telepata. Na língua psíquica do telepata.
O Telepata 243 olhou em volta. Procurava absorver uma golfada de realidade antes de ligar-se à interface telepática. Massas bolbosas vomitavam suavemente por todo o lado. Telepatas. Outros telepatas. Cada um com o seu contacto, cada um ligado ao seu aparelho, cada um flutuando no seu lugar. Todos silenciosos e imóveis. Se não se contar com o som do seu suave vomitar, ou com um estremecimento aqui e ali.
O Telepata 243 suspirou. Ou o equivalente a suspirar na sua fisiologia emocional. Aconchegou-se na sua ausência privada e começou a premir botões. Ou o equivalente a fazer isso. Com a mente. Estabeleceu contacto. Algo em si desapareceu. E o seu corpo começou a vomitar. Suavemente.

O indonésio saiu do seu lugar. A T-shirt preta reflectia ripas de sol que entravam pela janela. À sua volta, planeava-se o próximo incêndio. Não ligou. Iria para onde o general Amianto o mandasse. Faria o que o general Amianto quisesse que ele fizesse. O general estava de pé, ao telefone. Falava baixo, num tom de voz respeitoso. Devia ser um chefe, do outro lado. Mas o indonésio estava-se nas tintas. O que o preocupava era aquela pulga que o mordia por baixo da T-shirt preta. Aquela pulga que o incomodava e que o indonésio procurava matar. Mas não era capaz de encontrá-la.

O Telepata 243 suspendeu a ligação. Ditou ao aparelho o equivalente a "Sujeito indiferenciado. Mentalidade de bando. Não parece afectado por ambiente exterior de expectativa. Pulga: armazenar referência para posterior pesquisa. Provavelmente pequeno animal parasita". O Telepata 243 sentiu-se contente com aquela dedução. Outro telepata menos experiente não a teria feito. Mas ele, o 243, tinha pesquisado quatro mundos diferentes... por isso agora vomitava azul-claro.
Se alguém o tivesse visto naquele momento, repararia por certo na cor. Ou talvez nem fosse necessário. Porque o Telepata 243 soltava moléculas azuis-claras que partiam em todas as direcções. E os detectores estavam atentos. E os telepatas controladores também. Os telepatas controladores sabiam que o 243 estava bem.
Os telepatas controladores tinham uma boa vida. Sossegada. Também, já eram bem velhos. Eram telepatas que haviam visitado mais de cinco mundos, todos eles. Agora já não visitavam outros mundos. Visitavam apenas as mentes daqueles que visitavam os mundos. Podiam saltar duma para a seguinte à sua vontade, absorvendo os mundos através de um filtro. Do melhor filtro possível.
O Telepata 243 estava quase lá. Faltavam-lhe poucas dezenas de sessões neste mundo antes de seguir para o próximo. E depois desse seria a sua vez de visitar todos os mundos que quisesse através de um filtro. Do melhor filtro possível.
O Telepata 243 sorriu. Ou o equivalente a um sorriso na sua fisiologia emocional. De seguida reatou a ligação.

O indonésio estava de pé, à porta. Coçava-se. Com a outra mão, afagava a pistola-metralhadora que lhe fora distribuída para esse dia. Preferiria afagar outra coisa. Percorreu com os olhos os bíceps do Tipo. O indonésio andava fascinado com o Tipo. O Tipo era dos deles. Dos outros. Dos insignificantes magros e de grandes cabeleiras. Que falavam uma língua esquisita. Que não se percebia. Mas o Tipo falava bahasa indonésio quase tão bem como o indonésio e era grande. Muito grande. Com grandes bíceps que o indonésio sem querer queria afagar. Por isso afagava a pistola. Talvez por isso se coçasse.
O general pousou o telefone. O indonésio fez-se soldado e endireitou as espaldas. O general resmungou "Não, idiotas! Vocês hoje são dos outros, não se põem em sentido à minha frente!" O indonésio sentiu-se humilhado. Mas era bom ser humilhado pelo general Amianto. Ele faria o que o general Amianto quisesse. Todos eles o fariam. Talvez o Tipo não, no entanto. Ele era mesmo um dos outros. Não se podia confiar nos outros. Nem mesmo no Tipo.
O general distribuiu as listas do dia. Pelas mãos do indonésio desfilaram rostos e nomes. Um monte de outros insignificantes na lista principal. As mulheres e familiares chegados desses outros nas listas de identificação. Absorveu referências na memória, depois devolveu as listas ao general. Não podiam andar com elas pela rua. Algum metediço podia reparar.

O Telepata 243 desligou-se só em parte. Reparou que vomitava anil, o que era mau sinal. Tensão. Algo retesava as suas glândulas. Ditou "Tensão. Relacionamento intraespecífico confuso. Conflituoso. Reflexos de caça". O telepata absorveu um neuro-repressor pelos Poros da Vida. Mas não se preocupou muito. Já havia encontrado situações daquelas antes. Situações em que predadores partiam em busca de presas. E também situações em que presas perdiam as suas vidas para predadores.

O Telepata 243 não se preocupou por aí além. Tinha experiência. E acidentes eram raros. Precisavam de demasiada absorção ou de violência em demasia. E aquele planeta era calmo, comparado com outros. E o Telepata 243 havia visitado quatro. Telepaticamente.
A parte de si que se mantinha ligada à máquina mostrava movimento lá em baixo. O Telepata 243 restabeleceu uma ligação total.

O indonésio estava quase feliz. Debruçava-se sobre a cabina da camioneta esmagado entre um subindonésio e o Tipo. O subindonésio estragava tudo. Era outro quase insignificante. Que falava com sotaque. Vinha duma ilha qualquer a leste. Uma ilha cheia de macacos. Só com macacos. Como esta. Repelente. Mas estar ali, escarranchado de encontro ao Tipo, compensava qualquer desconforto. Sentia os bíceps do Tipo latejar de encontro ao seu ombro. Sentia as coxas do Tipo em encontrões arrítmicos às suas ancas. Nas curvas encostava-se mais. Mas continha-se. Porque se achava acusado por Alá. Sem razão, no entanto. Nunca tinha feito nada. Nunca tinha tentado alguma coisa. E não tinha culpa dos solavancos.
O indonésio ia mostrar a Alá que não havia motivo para acusá-lo. O indonésio amava Alá quase tanto como amava o general Amianto. E mais que o Tipo. Oh, muito mais! O indonésio ia mostrar que era assim. E era já.
A camioneta tinha parado e já os outros saltavam da caixa, lá atrás. Os outros como ele. Os que vestiam as T-shirts pretas. Gritava-se. O indonésio também gritou. Sacou da sua automática e lançou uma rajada. Nem viu para onde. E não interessava, porque os outros também tinham disparado. Os outros de preto. Porque os insignificantes fugiam, escondiam-se, gritavam.
O indonésio recordou-se das listas e pôs-se a olhar para os insignificantes. Os malditos eram todos iguais. Deviam fazer de propósito para não serem identificados. Mas não se podia cair nessa esparrela, por isso o indonésio olhava para eles com atenção. Viu um rosto conhecido. Disparou. Duas balas entraram na carne, mas foi só nas pernas. Disparou de novo. Agora sim. Tórax, tórax, abdómen, virilhas. Está feito. O indonésio sorria ao ver o outro a estrebuchar. Aproximou-se. Virou-o com o pé. Olhou-lhe a cara e resmungou:
"Merda. Enganei-me."
Conhecia aquele, sim. Mas não das listas. Era o tipo que lhe vendia os legumes quando se fartava da comida de caserna.
"Que importa? É um deles na mesma."
Outro dos outros passou por si a correr. Levava uma catana e brandia-a em todas as direcções. Mas não lhe acertou. Porque no pânico em que vinha nem o viu. Corria perseguido por dez ou quinze T-shirts pretas. Que riam, gritavam, disparavam tiros que roçavam os pés do outro. Divertiam-se. O indonésio fez pontaria. Disparou. Atingiu o outro nas costas. A meio das costas. Um pouco ao lado da coluna vertebral. O outro caiu. Estatelou-se. Arqueou o dorso e ficou imóvel.
O indonésio correu a apanhar a catana. Viu o outro abrir os olhos. Olhou-o, enquanto lhe cortava a barriga nua. Olhou-o bem nos olhos até que eles se apagassem. Depois debruçou-se. Vagamente incomodado pelo cheiro que saía da barriga aberta. Debruçou-se sobre os olhos. Pegou na faca e retirou com cuidado um dos olhos do outro. Olhou-o com curiosidade, na mão. Cheirou-o. Fez pressão com os dedos e sentiu o olho a ceder um pouco. Pôs o olho na boca e fechou-a. Sabia a sangue.
O indonésio cuspiu o olho do outro e correu para a casa de onde ele saíra. Vinha de lá um grande alarido. Encontrou as T-shirts pretas amontoadas num quarto. De facas na mão. No chão, duas fêmeas dosoutros gritavam altíssimo. Uma sangrava do pé. Onde não tinha três dedos. O Tipo estava lá também. Com uma faca na garganta da outra fêmea, sacudia as ancas ritmadamente sobre ela. Sangue empapava-lhe as pernas. Sangue da fêmea. Que devia ter uns dez anos. E o Tipo era grande. A fêmea sem dedos berrava.
O indonésio sentiu uma ponta de ciúme. Com um berro e dois encontrões, pôs-se à frente dos outros. Ergueu a catana sobre a fêmea com falta de dedos no pé. A que não se calava. Deixou a catana cair sobre ela. Sem fazer força. A catana estava um pouco romba, porque só se enterrou até ao osso. Foi num braço, nada de grave. A fêmea berrava mais alto e parecia que lhe falava naquela língua esquisita dos outros. Desta vez tinha de fazer força. Fez. A perna separou-se do corpo como se aquilo fosse uma boneca. Só que as bonecas não espirram sangue.
Nessa altura os outros homens de T-shirts pretas também quiseram entrar no divertimento, e lançaram as suas facas sobre a presa. O indonésio olhava para o Tipo. O Tipo estava quase a chegar lá. Os seus olhos encontraram-se. O indonésio fez-lhe um sinal. O Tipo acenou que sim, e afastou a faca do pescoço da fêmea nova. Os seus movimentos tornaram-se mais rápidos. O indonésio ergueu a catana. O Tipo obrigou a fêmea a baixar-se. Gritou "Agora!" E o indonésio baixou a catana com força. A cabeça da fêmea nova saltou e rolou pelo chão enquanto o Tipo se vinha. E se vinha. E se vinha.
O indonésio sentiu o seu próprio sexo em turgescência. Pegou na cabeça pelos cabelos e lambeu-lhe os olhos. Que tinham ficado bem abertos. E em que sangue se misturava com lágrimas e com terra vinda do chão...

O Telepata 243 sentiu um tremendo choque eléctrico. Caiu num vácuo escuro dentro de si. Ficou nele algum tempo.
O Telepata 243 voltou ao mundo real, sentindo a presença de moléculas incomuns no seu ambiente. Quer interno, quer externo. Principalmente nos Poros da Vida. Controladores berravam-lhe no cérebro, descontrolados. O Telepata 243 olhou em torno de si. Aos seus pés, ou o equivalente a pés na sua estrutura corporal, uma larga poça púrpura estendia-se num círculo rugoso. Fluidos vitais. Fluidos vitais de telepatas. O Telepata 243 olhou com mais atenção. No chão, dois telepatas encontravam-se caídos. Já não vomitavam. Os seus corpos tornavam-se lentamente negros. Os fios dos seus interfaces pendiam cabisbaixos, como que sem vida. O telepata reconheceu o sabor que sentia nos Poros. O telepata expandiu-se, sem controlo, quando reconheceu o horror.
Depois vomitou púrpura e abateu-se aos pés de si mesmo. Quando os limpadores chegaram, já estava bem negro.

domingo, 7 de outubro de 2012

MINICONTO - Cerberus!! - Carlos Madeira

Pois é, Ricardo, chegaste a uma fase da tua vida em que te sentes já pleno de sabedoria e conhecimento. Como é habitual em jovens da tua idade tornaste-te um espertalhão e julgas que já sabes tudo! Mas deixa-me contar-te algo só para verificares que afinal ninguém sabe nada. Alguma vez tiveste curiosidade em ficar no metro na estação final após todos terem saído e ver o que está no fim do túnel escuro onde os maquinistas se somem sempre com o seu veículo?! Bom, eu fiquei no outro dia e é uma experiência que abala todas as noções que se pode ter acerca da realidade e da sua fronteira com Sonho e Pesadelo! É um mundo cheio de buracos e se espreitas por um orifício vês Deus com a face de um insecto ansioso por te devorar e chupar o sangue. Eu deixei-me adormecer no metro e ao acordar atravessava um longo túnel direito ao interior da terra. Quando a viagem chegou ao fim chamas acenderam-se e eu vi o maquinista sair do veículo com uma tripla cabeça de lobo rugindo palavras inumanas. Milhares de veículos estavam ali estacionados com os seus maquinistas demoníacos e apercebi-me então que este é verdadeiramente o último destino, o verdadeiro lugar onde todos os metropolitanos do mundo vão dar. Surgiu então o Demónio vindo da escuridão quase sólida em silêncio de morte e o seu corpo informe mutando-se em várias formas era metade alcatrão e metade azul do rio. O Espírito de Lisboa era um ser maligno carregando um livro com todos os segredos do mundo. O Senhor e o Guardião dos Infernos sumiram-se então no vácuo... Estava Só! O Livro ficara para trás no chão, esquecido. Pensei então em roubar o livro mas ocorreu-me o súbito pensamento "E se as páginas estivessem todas em Branco? E se não houvesse nada para saber?!" Esperei aterrorizado o retorno de Cerberus e a viagem de regresso à superfície... Saí então, tremendo, do veículo, e, o maquinista - com outra cara de homem (mas os mesmos Olhos de Lobo) - piscou-me o olho. Ele sabia!

sábado, 6 de outubro de 2012

O ESPETACULAR HOMEM-ARANHA


O Incrível Homem-Aranha 000.cbr
O Incrível Homem-Aranha 001.cbr
O Incrível Homem-Aranha 002.cbr
O Incrível Homem-Aranha 003.cbr
O Incrível Homem-Aranha 004.cbr
O Incrível Homem-Aranha 005.cbr
O Incrível Homem-Aranha 006.cbr
O Incrível Homem-Aranha 007.cbr
O Incrível Homem-Aranha 008.cbr
O Incrível Homem-Aranha 009.cbz
O Incrível Homem-Aranha 010.cbr
O Incrível Homem-Aranha 011.cbr
O Incrível Homem-Aranha 012.cbr
O Incrível Homem-Aranha 013.cbr
O Incrível Homem-Aranha 014.cbr
O Incrível Homem-Aranha 015.cbz
O Incrível Homem-Aranha 016.cbz
O Incrível Homem-Aranha 017.cbz
O Incrível Homem-Aranha 018.cbz
O Incrível Homem-Aranha 019.cbz
O Incrível Homem-Aranha 020.cbz
O Incrível Homem-Aranha 021.cbz
O Incrível Homem-Aranha 022.cbz
O Incrível Homem-Aranha 023.cbr
O Incrível Homem-Aranha 024.cbr
O Incrível Homem-Aranha 025.cbr
O Incrível Homem-Aranha 026.cbz
O Incrível Homem-Aranha 027.cbz
O Incrível Homem-Aranha 028.cbr
O Incrível Homem-Aranha 029.cbr
O Incrível Homem-Aranha 030.cbr
O Incrível Homem-Aranha 031.cbr
O Incrível Homem-Aranha 032.cbr
O Incrível Homem-Aranha 033.cbr
O Incrível Homem-Aranha 034.cbz
O Incrível Homem-Aranha 035.cbr
O Incrível Homem-Aranha 036.cbr
O Incrível Homem-Aranha 037.cbr
O Incrível Homem-Aranha 038.cbr
O Incrível Homem-Aranha 039.cbr
O Incrível Homem-Aranha 040.cbr
O Incrível Homem-Aranha 041.cbr
O Incrível Homem-Aranha 042.cbr
O Incrível Homem-Aranha 050.cbr
O Incrível Homem-Aranha 051.cbz
O Incrível Homem-Aranha 052.cbz
O Incrível Homem-Aranha 053.cbr
O Incrível Homem-Aranha 054.cbr
O Incrível Homem-Aranha 055.cbr
O Incrível Homem-Aranha 056.cbr
O Incrível Homem-Aranha 057.cbr
O Incrível Homem-Aranha 058.cbr
O Incrível Homem-Aranha 059.cbr
O Incrível Homem-Aranha 060.cbr
O Incrível Homem-Aranha 061.cbr
O Incrível Homem-Aranha 062.cbr
O Incrível Homem-Aranha 063.cbr
O Incrível Homem-Aranha 064.cbr
O Incrível Homem-Aranha 065.cbr
O Incrível Homem-Aranha 066.cbr
O Incrível Homem-Aranha 067.cbr
O Incrível Homem-Aranha 068.cbz
O Incrível Homem-Aranha 069.cbr
O Incrível Homem-Aranha 070.cbr
O Incrível Homem-Aranha 071.cbr
O Incrível Homem-Aranha 072.cbz
O Incrível Homem-Aranha 073.cbz
O Incrível Homem-Aranha 074.cbz
O Incrível Homem-Aranha 075.cbr
O Incrível Homem-Aranha 076.cbr
O Incrível Homem-Aranha 077.cbz
O Incrível Homem-Aranha 078.cbz
O Incrível Homem-Aranha 079.cbr
O Incrível Homem-Aranha 080.cbz
O Incrível Homem-Aranha 081.cbr
O Incrível Homem-Aranha 082.cbr
O Incrível Homem-Aranha 083.cbz
O Incrível Homem-Aranha 084.cbz
O Incrível Homem-Aranha 085.cbz
O Incrível Homem-Aranha 086.cbz
O Incrível Homem-Aranha 087.cbz
O Incrível Homem-Aranha 088.cbr
O Incrível Homem-Aranha 089.cbr
O Incrível Homem-Aranha 090.cbr
O Incrível Homem-Aranha 091.cbz
O Incrível Homem-Aranha 092.cbz
O Incrível Homem-Aranha 093.cbz
O Incrível Homem-Aranha 094.cbz
O Incrível Homem-Aranha 095.cbz
O Incrível Homem-Aranha 096.cbz
O Incrível Homem-Aranha 097.cbz
O Incrível Homem-Aranha 098.cbz
O Incrível Homem-Aranha 099.cbz
O Incrível Homem-Aranha 100.cbz
O Incrível Homem-Aranha 101.cbz
O Incrível Homem-Aranha 102.cbz
O Incrível Homem-Aranha 103.cbz
O Incrível Homem-Aranha 104.cbz
O Incrível Homem-Aranha 105.cbz
O Incrível Homem-Aranha 106.cbz
O Incrível Homem-Aranha 107.cbr
O Incrível Homem-Aranha 108.cbr
O Incrível Homem-Aranha 109.cbr
O Incrível Homem-Aranha 110.cbr
O Incrível Homem-Aranha 111.cbr
O Incrível Homem-Aranha 112.cbr
O Incrível Homem-Aranha 113.cbr
O Incrível Homem-Aranha 114.cbr
O Incrível Homem-Aranha 115.cbz
O Incrível Homem-Aranha 116.cbr
O Incrível Homem-Aranha 117.cbr
O Incrível Homem-Aranha 118.cbr
O Incrível Homem-Aranha 119.cbr
O Incrível Homem-Aranha 120.cbr
O Incrível Homem-Aranha 121.cbr
O Incrível Homem-Aranha 122.cbr
O Incrível Homem-Aranha 123.cbr
O Incrível Homem-Aranha 124.cbr
O Incrível Homem-Aranha 125.cbr
O Incrível Homem-Aranha 126.cbr
O Incrível Homem-Aranha 127.cbr
O Incrível Homem-Aranha 128.cbr
O Incrível Homem-Aranha 129.cbr
O Incrível Homem-Aranha 130.cbr
O Incrível Homem-Aranha 131.cbr
O Incrível Homem-Aranha 132.cbr
O Incrível Homem-Aranha 133.cbr
O Incrível Homem-Aranha 134.cbr
O Incrível Homem-Aranha 135.cbr
O Incrível Homem-Aranha 136.cbz
O Incrível Homem-Aranha 137.cbz
O Incrível Homem-Aranha 138.cbr
O Incrível Homem-Aranha 139.cbr
O Incrível Homem-Aranha 140.cbz
O Incrível Homem-Aranha 141.cbz
O Incrível Homem-Aranha 142.cbz
O Incrível Homem-Aranha 143.cbz
O Incrível Homem-Aranha 144.cbr
O Incrível Homem-Aranha 145.cbz
O Incrível Homem-Aranha 146.cbr
O Incrível Homem-Aranha 147.cbz
O Incrível Homem-Aranha 148.cbr
O Incrível Homem-Aranha 149.cbr
O Incrível Homem-Aranha 150.cbr
O Incrível Homem-Aranha 151.cbz
O Incrível Homem-Aranha 152.cbr
O Incrível Homem-Aranha 153.cbr
O Incrível Homem-Aranha 154.cbz
O Incrível Homem-Aranha 155.cbr
O Incrível Homem-Aranha 156.cbz
O Incrível Homem-Aranha 157.cbr
O Incrível Homem-Aranha 159.cbr
O Incrível Homem-Aranha 160.cbr
O Incrível Homem-Aranha 161.cbr
O Incrível Homem-Aranha 162.cbr
O Incrível Homem-Aranha 163.cbr
O Incrível Homem-Aranha 164.cbr
O Incrível Homem-Aranha 165.cbr
O Incrível Homem-Aranha 166.cbr
O Incrível Homem-Aranha 167.cbr
O Incrível Homem-Aranha 168.cbr
O Incrível Homem-Aranha 169.cbz
O Incrível Homem-Aranha 170.cbr
O Incrível Homem-Aranha 171.cbz
O Incrível Homem-Aranha 172.cbr
O Incrível Homem-Aranha 173.cbr
O Incrível Homem-Aranha 174.cbr
O Incrível Homem-Aranha 175.cbr
O Incrível Homem-Aranha 176.cbr
O Incrível Homem-Aranha 177.cbz
O Incrível Homem-Aranha 178.cbr
O Incrível Homem-Aranha 179.cbr
O Incrível Homem-Aranha 180.cbr
O Incrível Homem-Aranha 181.cbz
O Incrível Homem-Aranha 182.cbr
O Incrível Homem-Aranha 183.cbr
O Incrível Homem-Aranha 184.cbr
O Incrível Homem-Aranha 185.cbz
O Incrível Homem-Aranha 186.cbr
O Incrível Homem-Aranha 187.cbr
O Incrível Homem-Aranha 188.cbr
O Incrível Homem-Aranha 189.cbz
O Incrível Homem-Aranha 190.cbz
O Incrível Homem-Aranha 191.cbz
O Incrível Homem-Aranha 192.cbz
O Incrível Homem-Aranha 193.cbz
O Incrível Homem-Aranha 194.cbr
O Incrível Homem-Aranha 195.cbr
O Incrível Homem-Aranha 196.cbz
O Incrível Homem-Aranha 197.cbz
O Incrível Homem-Aranha 198.cbz
O Incrível Homem-Aranha 199.cbr
O Incrível Homem-Aranha 200.cbz
O Incrível Homem-Aranha 201.cbr
O Incrível Homem-Aranha 202.cbr
O Incrível Homem-Aranha 203.cbr
O Incrível Homem-Aranha 204.cbr
O Incrível Homem-Aranha 205.cbr
O Incrível Homem-Aranha 206.cbz
O Incrível Homem-Aranha 207.cbz
O Incrível Homem-Aranha 208.cbz
O Incrível Homem-Aranha 209.cbz
O Incrível Homem-Aranha 210.cbz
O Incrível Homem-Aranha 211.cbz
O Incrível Homem-Aranha 212.cbr
O Incrível Homem-Aranha 213.cbr
O Incrível Homem-Aranha 216.cbr
O Incrível Homem-Aranha 217.cbr
O Incrível Homem-Aranha 218.cbz
O Incrível Homem-Aranha 220.cbr
O Incrível Homem-Aranha 224.cbz
O Incrível Homem-Aranha 225.cbz
O Incrível Homem-Aranha 226.cbz
O Incrível Homem-Aranha 227.cbz
O Incrível Homem-Aranha 228.cbz
O Incrível Homem-Aranha 229.cbz
O Incrível Homem-Aranha 230.cbz
O Incrível Homem-Aranha 231.cbr
O Incrível Homem-Aranha 232.cbz
O Incrível Homem-Aranha 233.cbz
O Incrível Homem-Aranha 234.cbz
O Incrível Homem-Aranha 235.cbz
O Incrível Homem-Aranha 236.cbz
O Incrível Homem-Aranha 237.cbz
O Incrível Homem-Aranha 238.cbz
O Incrível Homem-Aranha 239.cbz
O Incrível Homem-Aranha 240.cbz
O Incrível Homem-Aranha 241.cbz
O Incrível Homem-Aranha 242.cbz
O Incrível Homem-Aranha 243.cbz
O Incrível Homem-Aranha 244.cbz
O Incrível Homem-Aranha 245.cbz
O Incrível Homem-Aranha 246.cbz
O Incrível Homem-Aranha 247.cbz
O Incrível Homem-Aranha 248.cbz
O Incrível Homem-Aranha 249.cbz
O Incrível Homem-Aranha 250.cbr
O Incrível Homem-Aranha 251.cbr
O Incrível Homem-Aranha 252.cbr
O Incrível Homem-Aranha 253.cbr
O Incrível Homem-Aranha 254.cbr
O Incrível Homem-Aranha 255.cbr
O Incrível Homem-Aranha 256.cbr
O Incrível Homem-Aranha 257.cbr
O Incrível Homem-Aranha 258.cbr
O Incrível Homem-Aranha 259.cbr
O Incrível Homem-Aranha 262.cbr
O Incrível Homem-Aranha 263.cbr
O Incrível Homem-Aranha 265.cbr
O Incrível Homem-Aranha 266.cbr
O Incrível Homem-Aranha 267.cbr
O Incrível Homem-Aranha 268.cbr
O Incrível Homem-Aranha 269.cbr
O Incrível Homem-Aranha 270.cbr
O Incrível Homem-Aranha 271.cbr
O Incrível Homem-Aranha 273.cbr
O Incrível Homem-Aranha 274.cbr
O Incrível Homem-Aranha 276.cbr
O Incrível Homem-Aranha 284.cbr
O Incrível Homem-Aranha 285.cbr
O Incrível Homem-Aranha 286.cbz
O Incrível Homem-Aranha 287.cbz
O Incrível Homem-Aranha 288.cbz
O Incrível Homem-Aranha 289.cbz
O Incrível Homem-Aranha 290.cbz
O Incrível Homem-Aranha 291.cbz
O Incrível Homem-Aranha 292.cbr
O Incrível Homem-Aranha 293.cbr
O Incrível Homem-Aranha 294.cbr
O Incrível Homem-Aranha 296.cbz
O Incrível Homem-Aranha 297.cbz
O Incrível Homem-Aranha 298.cbr
O Incrível Homem-Aranha 299.cbr
O Incrível Homem-Aranha 300.cbr
O Incrível Homem-Aranha 301.cbr
O Incrível Homem-Aranha 302.cbr
O Incrível Homem-Aranha 303.cbr
O Incrível Homem-Aranha 304.cbz
O Incrível Homem-Aranha 305.cbz
O Incrível Homem-Aranha 306.cbz
O Incrível Homem-Aranha 307.cbz
O Incrível Homem-Aranha 308.cbz
O Incrível Homem-Aranha 309.cbz
O Incrível Homem-Aranha 310.cbr
O Incrível Homem-Aranha 311.cbr
O Incrível Homem-Aranha 312.cbr
O Incrível Homem-Aranha 313.cbr
O Incrível Homem-Aranha 314.cbr
O Incrível Homem-Aranha 315.cbr
O Incrível Homem-Aranha 316.cbr
O Incrível Homem-Aranha 317.cbr
O Incrível Homem-Aranha 318.cbr
O Incrível Homem-Aranha 319.cbr
O Incrível Homem-Aranha 320.cbr
O Incrível Homem-Aranha 321.cbr
O Incrível Homem-Aranha 322.cbr
O Incrível Homem-Aranha 323.cbr
O Incrível Homem-Aranha 324.cbr
O Incrível Homem-Aranha 325.cbr
O Incrível Homem-Aranha 326.cbr
O Incrível Homem-Aranha 327.cbr
O Incrível Homem-Aranha 328.cbr
O Incrível Homem-Aranha 329.cbr
O Incrível Homem-Aranha 330.cbr
O Incrível Homem-Aranha 331.cbr
O Incrível Homem-Aranha 332.cbr
O Incrível Homem-Aranha 333.cbr
O Incrível Homem-Aranha 334.cbr
O Incrível Homem-Aranha 335.cbr
O Incrível Homem-Aranha 336.cbr
O Incrível Homem-Aranha 337.cbr
O Incrível Homem-Aranha 338.cbr
O Incrível Homem-Aranha 339.cbr
O Incrível Homem-Aranha 340.cbr
O Incrível Homem-Aranha 341.cbr
O Incrível Homem-Aranha 342.cbr
O Incrível Homem-Aranha 343.cbr
O Incrível Homem-Aranha 344.cbr
O Incrível Homem-Aranha 345.cbr
O Incrível Homem-Aranha 346.cbr
O Incrível Homem-Aranha 347.cbr
O Incrível Homem-Aranha 348.cbr
O Incrível Homem-Aranha 349.cbr
O Incrível Homem-Aranha 350.cbr
O Incrível Homem-Aranha 351.cbr
O Incrível Homem-Aranha 352.cbr
O Incrível Homem-Aranha 353.cbr
O Incrível Homem-Aranha 354.cbr
O Incrível Homem-Aranha 355.cbr
O Incrível Homem-Aranha 356.cbr
O Incrível Homem-Aranha 357.cbr
O Incrível Homem-Aranha 358.cbr
O Incrível Homem-Aranha 359.cbr
O Incrível Homem-Aranha 360.cbr
O Incrível Homem-Aranha 361.cbr
O Incrível Homem-Aranha 362.cbr
O Incrível Homem-Aranha 363.cbr
O Incrível Homem-Aranha 364.cbr
O Incrível Homem-Aranha 365.cbr
O Incrível Homem-Aranha 366.cbr
O Incrível Homem-Aranha 367.cbr
O Incrível Homem-Aranha 368.cbr
O Incrível Homem-Aranha 369.cbr
O Incrível Homem-Aranha 370.cbr
O Incrível Homem-Aranha 380.cbr
O Incrível Homem-Aranha 400.cbr
O Incrível Homem-Aranha 401.cbr
O Incrível Homem-Aranha 402.cbr
O Incrível Homem-Aranha 403.cbr
O Incrível Homem-Aranha 404.cbr
O Incrível Homem-Aranha 405.cbr
O Incrível Homem-Aranha 406.cbr
O Incrível Homem-Aranha 407.cbr
O Incrível Homem-Aranha 408.cbr
O Incrível Homem-Aranha 411.cbr
O Incrível Homem-Aranha 412.cbr
O Incrível Homem-Aranha 415.cbr
O Incrível Homem-Aranha 416.cbr
O Incrível Homem-Aranha 428.cbr
O Incrível Homem-Aranha 433.cbr
O Incrível Homem-Aranha 442.cbr
O Incrível Homem-Aranha 450.cbr
O Incrível Homem-Aranha 466.cbr


500 501 502
503 – 504 - 505
503 504 505
506 – 507 - 508
506 507 508
509 – 510 - 511
509 510 511
512 – 513 - 514
512 513 514
515 – 516 - 517
515 516 517
518 – 519 - 520
518 519 520
521 – 522 - 523
521 522 523
524 – 525 - 526
524 525 526
527 – 528 - 529
527 528 529
530 – 531 - 532
530 531 532
533 – 534 - 535
533 534 535
536 – 537 - 538
536 537 538
539 – 540 - 541
539 540a 541
542 – 543 - 544
542 543a 544
545 – 546 - 547
545 546 547
548 – 549 - 550
548 549 550
551 – 552 - 553
551 552 553
554 – 555 - 556
554 555 556
557 – 558 - 559
557 558 559
560 – 561 - 562
560 561 562
563 – 564 - 565
563 564 565
566 – 567 - 568
566 567 568
569 – 570 - 571
569 570 571
572 – 573 - 574
572 573a 574
575 – 576 - 577
575 576 577c
578 – 579 - 580
578 579 580b
581 – 582 - 583
581a 582 583
584 – 585 - 586
584a 585 586
587 – 588 - 589
587 588 589
590 – 591 - 592
590 591 592
593 – 594 - 595
593 594 595
596 – 597 - 598
596 597 598
599 – 600 - 601
599 600d 601a
602 – 603 - 604
602a 603a 604a
605 – 606 - 607
605 606 607
608 – 609 - 610
608 609 610
611 – 612 - 613
611a 612a 613a
614 – 615 - 616
614 615 616
617 – 618 - 619
617a 618a 619
620 – 621 - 622
620 621 622
623 – 624 - 625
623a 624 625
626 – 627 - 628
626 627TASM 628001
629 – 630 - 631
ASM_0001